sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Você já ouviu falar em Homoaromaticidade?

Acredito que todos os graduando no curso de química, até mesmo alunos do ensino médio já tenham estudado sobre a aromaticidade, fenômeno que, em compostos orgânicos, acontece somente em compostos cíclicos e que tem o benzeno como o exemplo mais comum. Nas minhas aulas dentro deste tópico trabalho um artigo da química nova que trata da evolução histórica deste conceito e apresenta outras duas classificações dos compostos orgânicos: não-aromaticidade e antiaromaticidade. 


Caso alguém queira relembrar os conceitos ou por alguma razão nunca ouviu falar, pode acessar o artigo clicando aqui. 

Dentre estes compostos ainda existe uma outra classificação. Já ouviu falar em Homoaromaticidade?

O termo Homoaromaticidade é a propriedade de compostos que exibem aromaticidade apesar de uma ou mais ligações saturadas interromperem a conjugação cíclica formal. Entre outras palavras, o fenômeno ocorre em compostos aromáticos onde uma dupla ligação C=C é substituída por um ciclopropano, ou átomo de carbono saturado (SP³) é introduzido na cadeia conjugada.
Alguns exemplos de compostos Homoaromáticos

Uma espécie homoaromática ocorre quando a delocalização cíclica de um sistema com (4n+2) π elétrons não é interrompida pela inserção de um ou mais grupos saturados. Este fenômeno de conjugação não-clássica recebe o nome de homoconjugação e se dá através de três tipos de interações: espacial, por ligações π e transanular. Se considera que o primeiro caso é o mais comum nos sistemas homoaromáticos e recebe o nome de homoconjugação de antiligante; o segundo caso é conhecido como homoconjugação de ligação. No terceiro tipo de interação, diferentemente dos dois anteriores, uma unidade saturada transanular é inserida de tal maneira que causa a perturbação da conjugação direta, mas sem impedi-la.

Teoricamente, derivados dos compostos aromáticos podem ser obtidos, adicionando à estrutura grupos CH2. Como exemplo, temos o íon aromático tropílio e seus derivados. Tal como a conjugação cíclica em aromáticos, a homoconjugação cíclica produz uma diminuição na energia de um sistema homoaromático, fazendo-o mais estável. Porém, estima-se que a estabilização destes sistemas não é tão grande quando comparados com os compostos iniciais aromáticos.


terça-feira, 9 de setembro de 2014

2015: Ano Internacional da Luz


A Organização das Nações Unidas proclamou em 2013 o ano de 2015 como o Ano Internacional da Luz e Tecnologias Baseadas na Luz para celebrar aniversários de descobertas marcantes da história da ciência da luz, particularmente propriedades fundamentais de reflexão e refração da luz por Abu Ali El-Hasan (1040), a natureza ondulatória da luz (Fresnel, 1815), a teoria eletromagnética de sua propagação (Maxwell, 1865), a teoria da relatividade (Eisntein, 1915), as microondas cósmicas e as fibras óticas, cinquenta anos atrás. Estas efemérides foram propostas à ONU pela IUPAP, a Sociedade Européia de Ótica e outras associações de física ótica para o ano de 2015, tendo como públicos alvos: crianças, estudantes, educadores, cientistas e imprensa/midia. As atividades propostas para 2015 pela organização central da UNESCO visam divulgar, discutir e dar respostas às questões: Por quê interessa a luz: O que é fotônica?; Energia?; Impacto nas crianças? Luz no ambiente urbano? Lasers? Fontes de luz no mundo? Luz na vida? Luz na natureza? Luz na Arte e Cultura (Fotografia, Teatro, Cinema, Artes Plásticas)? Envolvimento "mão na massa" da luz na ciência do smart-phone, em kits de ótica, imagens da luz (astros), palestras, crianças e ótica? A luz cósmica (astronomia e sondas espaciais)? O centenário de Einstein, escuridão dos céus, imagens do universo, o Big Bang, um "Galileuscópio"? Luz para o desenvolvimento? A escola noturna, aprendizagem ativa, ações da UNESCO, astronomia para o desenvolvimento? Histórias da Ciência: as mulheres na ciência, 1000 anos de ótica árabe (Abu Ali Al Hasan, astrônomo e matemático), Blog - O mundo dos cientistas, breve história da luz, descobertas da luz?

Numa primeira reunião das sociedades científicas convidadas pela SBPC, relacinadas direta ou indiretamente à luz, já foram levantadas várias atividades junto ao ensino básico, universidades, museus de ciência, jardins botânicos e zoológicos, reuniões das sociedades científicas, imprensa e público em geral. Uma delas, um desafio para nós da SBQ, é propor experimentos simples que envolvam a luz, principalmente um experimento mensurável (kit), interativo, para crianças e adolescentes das escolas à semelhança do projeto pH do planeta durante o Ano Internacional da Química - sucesso estrondoso no Brasil e exterior. Outras atividades mais simples de se organizar incluem: concurso e exposição de fotografias (Fundação Conrad Wessel), exposição de painéis, palestras, vídeos, publicação de números especiais de revistas, entrevistas em rádio e TV, etc, algumas já em andamento. Por exemplo, a SBF já propôs um painel com fotos do céu do Brasil em períodos pré-determinados da manhã, tarde e noite, enviadas por estudantes de todo o país, como o objetivo de estimar níveis de poluição atmosférica e visibilidade de constelações, que serão identificadas por um software.

No que toca à Química, entendo que serão alvos de nossa participação a fotoquímica, a quimioluminescência, a bioluminescência, os leds, a terapia fotodinâmica, os corantes, as terras raras, os lumiensaios, entre outros, ou seja, os tópicos que regularmente discutimos nas divisões de Fotoquímica, Química Medicinal, Química Analítica, Tecnologia e outras. Solicitamos aos sócios da SBQ interessados no Ano Internacional da Luz que visitem o site da UNESCO e enviem suas sugestões à diretoria da SBQ (diretoria@sbq.org.br), que as passarão ao Comitê da SBQ coordenado pelo Prof. Etelvino Bechara.

Fonte: SBQ